Se a gente fica muito tempo olhando para uma determinada paisagem, ela vai misturando-se, misturando, e tanto, que vira outra paisagem, e mais outra sobre a outra, transformando-se num amontoado de imagens partidas e sobrepostas. A paisagem também está sempre nos observando, pressente a nossa presença nela. Vez por outra alguém atravessa de barco vindo do outro lado. Cisca as águas abrindo uma estrada na superfície do rio. Os ruídos das marolas se alternam, rebatem, ecoam e nos obriga a mover os olhos de desmisturar.
Desde menino, estou aqui brincando de entrelaçar paisagens. Velejando no vento, viajo nelas além do imaginário. Quando viemos morar aqui, o pai tinha largado de beber. Deixou também de trabalhar na carvoeira. O Sô Crioulo deu emprego de vaqueiro pra ele e uma casinha de sapé, próxima daquela gameleira, na beirinha do Rio Abaeté. Morada simples de roça; chão batido, pintadinha com argila colorida, mas bem melhor que a pocilga onde a gente morava no Requerente.Confira o projeto Museu Virtual Brasil, produzido pelo Escritório de Histórias
Continue a leitura >>Belo Horizonte - MG
Rua Monteiro Lobato 315 sala 402 Bairro Ouro Preto
- Belo Horizonte - MG - Cep: 31310-530
Telefone: (31) 3262-0846